Exposição pré-natal a metais pesados e o desenvolvimento auditivo de participantes do Projeto Infância e Poluentes Ambientais (PIPA).

A exposição a poluentes ambientais tem sido cada vez mais crescente. Dentre os diversos poluentes presentes no ambiente, pode-se destacar os metais pesados: Arsênio, Chumbo e Mercúrio. Esses metais têm sido evidenciados na literatura como capazes de propiciar efeitos adversos na saúde, podendo trazer maiores danos em organismos ainda em desenvolvimento. Alguns estudos têm sugerido associação entre exposição a metais e alterações audiológicas. A alteração auditiva na infância quando não detectada e tratada/reabilitada precocemente pode trazer impactos significativos ao longo de toda a vida, sobretudo no processo de aquisição da linguagem e fala. Desse modo, realiza-se logo após o nascimento a triagem auditiva neonatal universal por meio das emissões otoacústicas transientes. Contudo, a continuidade do monitoramento auditivo dessa criança é priorizada apenas para as que apresentam fatores de risco preestabelecidos para perda auditiva, não sendo a exposição a metais pesados um indicador considerado. Adicionalmente, há uma alta prevalência de perda auditiva na infância descrita como etiologia idiopática, isto é, sem causa definida. Não seria a exposição a metais pesados responsável por parcela desse percentual? Além disso, alguns indivíduos, embora não apresentem perda auditiva, frequentemente mostram dificuldade em acompanhar uma conversação, sobretudo, se estão em ambientes ruidosos ou reverberantes, podendo indicar alterações no sistema auditivo central. Diante do exposto, considera-se necessária a utilização de diferentes ferramentas para avaliação e monitoramento da função auditiva periférica e central, e que analisem os marcos do desenvolvimento auditivo em crianças expostas a metais pesados no período pré-natal. Avaliar a influência da exposição pré-natal a metais pesados (Arsênio, Chumbo e Mercúrio) sobre o desenvolvimento da audição de crianças do projeto PIPA. Alterações audiológicas na infância sem intervenção precoce podem prejudicar o processo de aquisição de linguagem e fala. Identificar os fatores etiológicos para tais alterações muitas das vezes é um desafio para os profissionais de saúde, tendo em vista a gama de agentes que podem prejudicar o funcionamento adequado desse sistema. Há evidências na literatura demonstrando associação entre a exposição a metais pesados e o desenvolvimento de alterações auditivas, porém, há escassez de estudos contemplando a população infantil, sobretudo quando se segmenta para a exposição pré-natal.

Palavras chaves: Exposição ambiental; Metais pesados; Criança; Audição