Leite materno e poluentes ambientais: Um estudo em uma maternidade no Rio de Janeiro.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza a prática do aleitamento materno exclusivo (AME) até os seis meses de idade e que a partir desta fase haja a introdução alimentar, sendo o aleitamento materno mantido até os dois anos de idade ou mais. São inúmeros os benefícios da amamentação, no entanto, há evidências de que é possível a transferência de poluentes ambientais como por exemplo metais pesados e compostos organoclorados através do leite materno, devido à característica lipossolúvel destas substâncias e sua afinidade com o tecidoadiposo. A lactação é um período crítico devido à vulnerabilidade de bebês que possuem sistemas mais suscetíveis se comparado a adultos. Identificar o perfil de lactantes potencialmente expostas a poluentes faz-se necessário para a promoção e prevenção na saúde. Neste estudo foi encontrado que a nutriz morar com o companheiro possui influência no fato de amamentar exclusivamente (p=0,05).
Além disso, este estudo analisou a presença de metais pesados (chumbo, cádmio, mercúrio e arsênio) e compostos organoclorados (DDE) no sangue de gestantes no terceiro trimestre de gestação, que após o nascimento do bebê relataram estarem amamentando. Foram encontrados a presença de metais pesados em 100% das amostras de sangue materno analisadas e com relação aos compostos organoclorados, a taxa de detecção foi de 20,6% no p,p’-DDE e 3,1% em PCBs. Além disso, também foram analisados compostos organoclorados no leite humano eo p,p’-DDE foi detectado em 19 mães (47,5 %) no 1o mês de seguimento em 23 mães (48,9 %) no 2º seguimento e em 6 mães (13,3%) no 3o seguimento. O presente estudo utilizou dados do estudo piloto do PIPA-UFRJ.
Palavras-Chave: Aleitamento materno. Poluentes ambientais. Metais pesados. Compostos organoclorados.