Exposição pré-natal a metais e o neurodesenvolvimento no primeiro ano de vida
O desenvolvimento do cérebro do feto durante a gestação é suscetível à ação de substâncias neurotóxicas, entre elas os metais arsênio, cádmio, chumbo e mercúrio (Schofield, K, 2017). A barreira placentária não é completamente impermeável à passagem destes metais (Caserta et al, 2013). Vários estudos relatam associação entre a exposição a metais durante a gravidez e a primeira infância com o comprometimento da função cognitiva e neuromotora em crianças (Lanphear et al., 2005; Bellinger, 2008; Jurewicz, Polanska e Hanke, 2013; Liu et al., 2014).
No Brasil, poucos estudos investigaram metais no sangue materno e no sangue do cordão umbilical (Rosalem, 2004; Amaral et al., 2010; Rudge et al., 2011; de Assis Araujo et al, 2020). Nos recém-nascidos do “Estudo Piloto do Projeto PIPA”, realizado entre setembro de 2017 e agosto de 2018, na cidade do Rio de Janeiro, região sudeste do Brasil, de Assis Araujo et al. (2020) observaram concentrações de arsênio, cádmio, chumbo e mercúrio acima do limite de detecção (LOD) em todas as amostras de sangue materno e do cordão umbilical (n=117) (de Assis Araujo et al; 2020).
Esta pesquisa investigará a associação entre as concentrações de metais no sangue materno e do cordão umbilical e o desenvolvimento neurológico das crianças do “Estudo longitudinal dos efeitos da exposição a poluentes ambientais sobre a saúde infantil – Projeto Infância e Poluentes Ambientais (PIPA)” que será realizado na Maternidade Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na cidade do Rio de Janeiro.