A influência dos metais no sistema auditivo periférico de recém-nascidos.
A deficiência auditiva atinge de um a três neonatos saudáveis em cada 1000 nascimentos. De acordo com a OMS, 7% das causas evitáveis perda auditiva na infância são desconhecidas. E a exposição aos metais tem sido associada com a deficiência auditiva. Trata-se de um estudo seccional com objetivo de avaliar a exposição de recém-natos a metais pesados (As, Cd, Pb e Hg) e sua associação com alterações no sistema auditivo periférico a partir do teste de emissões otoacústicas transientes. O atual estudo foi originado a partir de dados obtidos do projeto piloto do PIPA, que foi avaliado e aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital Maternidade Escola da UFRJ (Parecer número: 4.859.362) e pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Parecer número: 5.120.229). A base populacional desse estudo foi formada pelas 139 gestantes que participaram do estudo piloto do projeto PIPA (Projeto Infância e Poluentes Ambientais), o critério de exclusão selecionado foi à mãe ser menor de 16 anos. Destas, 110 recém-nascidos realizaram a analise das concentrações dos metais no sangue do cordão umbilical e teste de emissão otoacústica transiente. Observou-se que os recém-nascidos com exposição ao chumbo acima da mediana (>3,66 μg/dL) apresentaram mais falhas nos resultados da EOAT. Em relação ao arsênio, mercúrio e cádmio não foram observados associações significativas entre os níveis de concentrações no cordão umbilical e os resultados da EOAT. O estudo sugere que a exposição pré-natal aos metais, pode estar associada a alterações na função coclear dos recém-nascidos.
Palavras-chave: Saúde ambiental infantil. Recém-nascidos. Audição. Metais e triagem auditiva neonatal.