Dificuldades Alimentares e exposição a poluentes ambientais: Seguimento de um grupo de crianças de uma coorte de nascimentos do Rio de Janeiro
Introdução: Durante o desenvolvimento infantil existem muitas janelas de vulnerabilidade, que podem ser biológicas, como é o caso do cérebro em desenvolvimento que apresenta uma barreira hematoencefálica mais permeável desde o período intra-útero até os primeiros meses de vida, ou ambiental, por características comportamentais dessa população (DÍAZ-BARRIGA, GARCIA, CORRA, 2011; MAZOTO et al., 2011). Por isso, a contaminação dos meios ambientais por resíduos químicos perigosos e o consequente aumento da exposição a substâncias químicas, também têm sido apontados como riscos iminentes para o crescimento e desenvolvimento infantil (WHO, 2011). Nas últimas décadas, os Distúrbios Alimentares Pediátricos (DAP), que englobam casos de recusa e seletividade alimentar, têm sido observados na prática fonoaudiológica com mais frequência, e inclui bebês, crianças e adolescentes (MORRIS, JUNQUEIRA, 2019). Entretanto, muitos casos de DAP não tem etiologia bem definida. Objetivo: Investigar a correlação da exposição de Poluentes Ambientais, como Metais (Mercúrio, Chumbo, Arsênio, Cádmio), Piretróides e Pesticidas Organoclorados e Dificuldades Alimentares na infância. População de Estudo: crianças de 3 anos participantes do Projeto Infância e Poluentes Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PIPA UFRJ), nascidas na Maternidade Escola dessa Universidade (ME/UFRJ) entre junho de 2021 e julho de 2022. Método: Será aplicada a Escala Brasileira de Alimentação Infantil (EBAI) na 5° consulta de seguimento do Projeto PIPA UFRJ. Também serão realizadas análises laboratoriais das concentrações dos Poluentes Ambientais de interesseno sangue do cordão umbilical, coletado no momento do nascimento. Testes estatísticos serão realizados para avaliar a relação entre as concentrações desses poluentes e as variáveis de desfecho contínuas e categóricas. Resultados esperados: A hipótese elencada ao presente estudo é a de que concentrações maiores de Poluentes Ambientais têm impacto na alimentação das crianças, demonstradas por meio da escores mais altos na EBAI.