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Identificação de mistura de metais no sangue materno e no sangue do cordão umbilical de gestantes residentes no Rio de Janeiro, Brasil.

A exposição fetal a metais durante a gestação pode interferir no desenvolvimento do concepto, pois esses elementos são capazes de atravessar a barreira placentária. Avaliar as inter-relações entre as concentrações de metais séricos em pares mãe-bebê durante a gravidez pode auxiliar na investigação dos possíveis efeitos combinados desses metais no desenvolvimento fetal, nascimento e desenvolvimento infantil. Nesse contexto, este estudo tem como objetivo estudar as concentrações sanguíneas e os efeitos combinados de chumbo (Pb), cádmio (Cd), arsênio (As) e mercúrio (Hg) em gestantes no terceiro trimestre e no sangue do cordão umbilical de seus bebês. Este estudo faz parte do projeto PIPA (Projeto Infância e Poluente Ambiental), cujo estudo piloto foi realizado de outubro de 2017 a agosto de 2018. Amostras de sangue materno e de cordão umbilical foram obtidas de 117 pares mãe-bebê e analisadas quanto à concentração de metais.

Foi encontrada uma correlação positiva entre as concentrações de metais na mãe e no sangue do cordão umbilical (R > 0,7, p < 0,001). Indicando que as concentrações de metal da mãe são capazes de determinar as concentrações de metal do filho (p < 0,001). As correlações entre as concentrações de metais no sangue materno foram positivas para todos os metais avaliados, exceto para As e Hg. As correlações mais fortes nesta matriz foram observadas entre Cd e Pb (R = 0,471 p = 0,000), Cd e Hg (R = 0,425 p = 0,000) e Pb e Hg (R = 0,427 p = 0,000). As correlações do cordão umbilical foram menores em comparação com as correlações do sangue materno. Em geral, os quatro metais analisados apresentaram correlações significativas com as concentrações séricas tanto no sangue materno quanto no sangue do cordão umbilical. Evidenciando que mais estudos são necessários para avaliar os possíveis efeitos da exposição precoce a essa combinação de metais.