Avaliação da microbiota intestinal de uma coorte de bebês exposta a poluentes ambientais.

Há evidências de que modificações no padrão de exposição microbiana cedo na vida esta relacionado ao comprometimento da função do sistema imunológico e desenvolvimento de diversos órgãos e sistemas. O conhecimento da diversidade microbiana intestinal e de seu material genético expandiu com o avanço das técnicas moleculares possibilitando a detecção de microorganismos não cultiváveis ou em baixo número. Dessa forma, o processo de colonização bacteriana no iní­cio da vida ganhou proporções importantes, tornou-se um mediador chave para o entendimento da programação fetal e infantil e a relação com a manifestação de doenças crônicas mais tarde na vida. A microbiota intestinal no iní­cio da vida é altamente dinâmica e apresenta alta variação intraindividual, a diversidade aumenta gradualmente até o estabelecimento de uma microbiota adulta, que ocorre em torno do terceiro ano de vida. As primeiras bactérias a colonizarem o intestino e o aumento gradual da diversidade, até um ecossistema mais estável é crucial para estabelecer uma simbiose ótima com o hospedeiro e tal processo está relacionado com a saúde ao longo da vida. Alterações desse processo de colonização vêm sendo relacionadas a condições clínicas como sobrepeso, desnutrição grave atopia e asma, doenças inflamatórias intestinais, distúrbios psiquiátricos, dentre outras. Neste contexto, o presente projeto propõe avaliar o efeito da exposição a poluentes ambientais na microbiota intestinal no inicio da vida. Amostras de mecônio e fezes foram coletadas desde o nascimento ate o sexto mês de vida para o sequenciamento do gene RNAr 16S e caracterização da microbiota intestinal dos bebês.